
Coronavírus: Brasil sequencia genoma do vírus 99% menos que Reino Unido e desconhece mutações da covid-19 em circulação
Brasil sequenciou menos de 1,5% do total sequenciado por Reino Unido
Desde o início da pandemia de covid-19, o Brasil sequenciou 1.768 genomas do vírus Sars-CoV-2, pouco mais de 1% dos 134.859 sequenciamentos feitos no Reino Unido, indicam dados da plataforma de ciência colaborativa online Gisaid acessados e compartilhados com a BBC News Brasil na semana passada.
Segundo virologistas, esse número baixo de sequenciamentos impede o Brasil de saber com precisão quantas mutações, de fato, circulam no país e, por consequência, se são mais perigosas ou até mesmo mais transmissíveis, como é caso da variante do coronavírus detectada recentemente no Reino Unido que vem causando preocupação ao redor do mundo.
Eles assinalam que o problema não é só a falta de estrutura, mas de investimentos, devido aos seguidos cortes na área da ciência e da tecnologia desde 2015. A título de exemplo, naquele ano, os gastos com pesquisa científica no Brasil somaram R$ 14 bilhões. Neste ano, a previsão é de apenas R$ 5 bilhões, queda de 65%.
O sequenciamento do genoma de um vírus permite identificar suas características, como age e de qual região veio.
Como os vírus se adaptam a partir de mutações, dizem os especialistas, esse monitoramento constante é importante, influenciando a formulação de políticas públicas e também o desenvolvimento de vacinas.
Desde o início da pandemia de covid-19, o Brasil sequenciou 1.768 genomas do vírus Sars-CoV-2, pouco mais de 1% dos 134.859 sequenciamentos feitos no Reino Unido, indicam dados da plataforma de ciência colaborativa online Gisaid acessados e compartilhados com a BBC News Brasil na semana passada.