
A tristeza em três cores: o Nacional chora a morte de Santiago “Morro” García
Por La Blanqueada, zona central de Montevideo, havia bandeiras tricolores, instrumentos de sopro e percussão, camisetas brancas, vermelhas e azuis, mas também ramos de flores, velas e fotografias com o rosto de um dos seus jogadores mais queridos da história recente. Separada há meses pelas restrições impostas pela pandemia, a torcida do Nacional se reencontrouúltima terça-feira (9) nos arredores do Gran Parque Central para um dos seus mais tristes compromissos: despedir-se de Santiago Morro García, morto dias antes em Mendoza, na Argentina, onde atuava pelo Godoy Cruz.
O cortejo fúnebre atravessou o bairro entre gritos engasgados, cantos orgulhosos, choros impensados. El Morro, goleador, campeão, homem irreverente e atleta surgido das categorias de base do clube foi, antes que nada, um ídolo popular para os bolsos, que choravam o fogo que se extingue cedo demais. Despediram-se, jogaram uma flor no capô do carro que passava (lento demais por conta da torcida presente, rápido demais, exageradamente veloz, em direção a outro lugar) ex-jogadores, velhos sócios, barra-bravas, niños tricolores, vizinhos de La Blanqueada e até mesmo um muito jovem torcedor que, com a camiseta aurinegra do rival de todos os dias no peito, integrava-se àquele adeus tão sincero e diverso.